Filosofemos …

Isabelamd

Arquivo de Ética, Moral

Dilemas morais

 

ATIVIDADE 2 – págs. 101-102

Problema 1

 Alberto sabe que Vicente é infiel à mulher. Mulherengo aparentemente incorrigível, Vicente gaba-se junto dos amigos das suas várias incursões extramatrimoniais. Esta ausência de escrúpulos morais é para Alberto extremamente indecente. A mulher de Vicente é uma amiga de longa data que Alberto julga estar a ser humilhada sem disso se aperceber. Debate-se então com um problema: se conta a verdade à amiga, poderá causar-lhe um enorme desgosto; se decide não intervir, torna-se conivente com as mentiras de Vicente.

Parece evidente que aplicar a norma «Deves dizer a verdade» de uma forma quase mecânica não resolve o problema. Alberto pode pensar que dizer a verdade vai causar sofrimento. Não dizer a verdade unicamente o deixa mal disposto a ele. A sua decisão oscila entre «Diz a verdade» e «Não faças sofrer outrem escusadamente». Se a verdade é um valor importante, a amizade não o é menos. E se dizer a verdade for entendido por Alberto como uma forma de mostrar que é verdadeiramente amigo da mulher de Vicente?

 

Problema 2

 José, um cientista botânico de visita à América do Sul, chega a uma aldeia onde Pedro, um militar, se prepara para ordenar a execução de vinte índios. A população da aldeia tem protestado frequentemente contra a política do governo. Para aterrorizar a população da aldeia, Pedro recebeu ordens para escolher vinte pessoas e fuzilá-las. Trata-se de pessoas inocentes. José sente revolta perante a situação e dá sinais do seu descontentamento. Apercebendo-se disso, Pedro decide dar-lhe a possibilidade de intervir. Propõe-lhe que, se matar um dos vinte índios, salvará a vida dos outros dezanove. Se recusar esta proposta, as vinte pessoas inocentes morrerão.

Consultemos a regra «Não matarás pessoas inocentes». Respeitá-la implica no caso que se deixam morrer várias pessoas. Mas para não ser conivente com o assassinato de vinte pessoas – para não as deixar morrer – uma vida inocente tem de perecer. Algumas pessoas dirão que se mata age mal porque viola uma regra que exprime o reconhecimento do valor absoluto da vida humana. Outras dirão que se matar uma pessoa – por mais cruel que isso seja – evitará uma carnificina. Se para José for irrelevante a diferença entre matar e deixar morrer, talvez encontre uma solução para o dilema. Se considerar que uma vida humana não vale mais nem menos do que outra, é provável que não mate ninguém. Em qualquer dos casos será que agiu bem?

 

 

Moral e ética

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