Filosofemos …
IsabelamdArquivo de Mill
Análise de casos
Análise de casos
1.Durante a visita a um museu, um dos visitantes apercebe-se de que dois funcionários estão a ter dificuldades em mudar de lugar um quadro muito famoso e valioso. Imediatamente, apressa-se a ajudá-los, mas infelizmente tropeça num tapete e choca com um dos funcionários derrubando-o. O quadro cai com estrondo e fica muito danificado. O visitante agiu com boa intenção, mas as consequências da ação foram desastrosas. Será que podemos considerar a sua ação moralmente correta, pois agiu com boa intenção, ou devemos considerá-la como moralmente incorreta porque as consequências foram más?
A resposta de Mill seria que a ação foi moralmente incorreta. Porquê?
Segundo a ética de Mill, a ação do visitante do museu é moralmente incorreta, pois há que ter em conta a ação que produziria mais felicidade global. Segundo a perspetiva consequencialista um ato deve ser julgado pelas suas consequências. Se as consequências forem boas, a ação é boa, se forem más a ação é má. Mas o que significa, mais precisamente, dizer que uma ação tem boas consequências? Uma ação tem boas consequências se, dadas as alternativas disponíveis, dela resultar a maior felicidade, bem-estar ou prazer (ou pelo menos mais felicidade do que infelicidade) para o maior número possível de pessoas que por essa ação são afetadas. No exemplo dado, um grande número de visitantes do museu será privado do prazer de contemplar o famoso quadro e o visitante terá de responder pelos prejuízos involuntariamente causados.
E a de Kant?
2.José, um cientista botânico de visita à América do Sul, chega a uma aldeia onde Pedro, um militar, se prepara para ordenar a execução de vinte índios. A população da aldeia tem protestado frequentemente contra a política do governo. Para aterrorizar a população da aldeia, Pedro recebeu ordens para escolher vinte pessoas e fuzilá-las. Trata-se de pessoas inocentes. José sente revolta perante a situação e dá sinais do seu descontentamento. Apercebendo-se disso, Pedro decide dar-lhe a possibilidade de intervir. Propõe-lhe que, se matar um dos vinte índios, salvará a vida dos outros dezanove. Se recusar esta proposta, as vinte pessoas inocentes morrerão. Suponha que José, com muito desconforto, aceita a proposta.
Qual pensas que seria a avaliação moral do ato de José por parte de Mill?
Segundo a ética de Mill, a ação de José é moralmente correta, pois há que ter em conta a ação que produziria mais felicidade global. O que produz mais infelicidade? Deixar morrer um inocente ou deixar eventualmente morrer dezenas de inocentes? Quantas famílias não ficariam enlutadas caso não se cedesse às pretensões do Pedro? Para Mill justifica-se, por vezes, matar, deixar morrer, roubar ou mentir. Nenhum desses atos é intrinsecamente errado e, por isso, os deveres que proíbem a sua realização não devem ser considerados absolutos. Deve notar – se que estamos a referir – nos a um caso dramático em que as alternativas – permitir a morte de um ou permitir a morte de muitos – são ambas repugnantes. Mas há que optar e, segundo Mill, seguir um princípio como cumprir o dever é vago. Temos de seguir o princípio de utilidade (Princípio de maior felicidade) e escolher a ação que seja mais útil, isto é, proporcione maior felicidade a um maior número de pessoas.
E a de Kant? Porquê?
Segundo a ética de Kant, José agiu de forma moralmente incorreta, ou seja, realizou uma ação contrária ao dever absoluto (não admite exceções) de não matar.
Segundo a fórmula da humanidade, cada ser humano é um fim em si e não um simples meio. Todos os seres racionais têm um valor incondicional − não são objetos nem instrumentos – e por isso devem ser respeitados como fins em si, isto é, pessoas. José ao decidir sacrificar (matar/meio) um para salvar vários (fim) não respeitou, pensaria Kant, este princípio ético fundamental. Transforma-se uma vida em meio para atingir um fim que é a salvação de outras vidas humanas.
Materiais (alguns) – 10ºAno
Rede concetual da ação
Valores
O Problema do livre-arbítrio
Autora: Leonildia Afm
Duas teorias éticas
Kant
Rawls
O problema do mal
Os materiais colocados referentes ao 10º ano são da autoria da professora Joana Inês Pontes.
Outros materiais
A ética utilitarista de Mill
Comparação entre a ética de Kant e de Mill
Autor: Luís Rodrigues
Rawls
Autor: Aires de Almeida
Autora: Isabel Duarte
Valores e valoração
Autora: Isabel Duarte
Opção por 3.3 – A dimensão religiosa: análise e compreensão da experiência religiosa
O Problema do sentido da existência
Provas da existência de Deus
Crítica de Freud à religião
Autora: Isabel Duarte
Religião
Autor: Aires de Almeida